Imobilidade
Urbana
No dia 13 de março do
corrente, uma comissão de moradores do Jardim Batan, reuniu-se com o senhor
Tiago Almeida, assessor do secretário municipal de transportes, na própria
secretaria. Um dos pontos em pauta era a regularização do horário e/ou
itinerário de três linhas de ônibus que circulam na zona oeste e deveriam
atender, entre outros, as comunidades do Batan e Fumacê. As linhas de ônibus
739 (Auto Viação Bangu), 731 e 784 (Viação Andorinha) têm intervalos irregulares e pelo menos uma das linhas (739)
descumpre o itinerário original. Este é um problema crônico que culminou na
criação de um Grupo de Trabalho (GT) de transporte, na tentativa de sanar este
problema entre outros.
Estas empresas vêm,
sistematicamente, desrespeitando os contratos de concessão que têm com a
prefeitura. Em nossas reuniões do GT de transporte, em geral, temos a presença
de representantes da CET-Rio e da SMTR. Inclusive, em uma delas, tivemos a
presença de um representante da empresa Auto Viação Bangu, que justificou o
número reduzido de ônibus em circulação por problemas de recursos humanos.
Fizemos reclamações e abaixo assinados sem lograr êxito. Na reunião com Tiago
Almeida foi indagado qual ou quais os mecanismos que a prefeitura do Rio de
Janeiro tem para obrigar as empresas a cumprirem o contrato. Segundo ele, tem
que haver fiscalização para confirmar as infrações e consequentemente a
aplicação de multas. No entanto a empresa Auto Viação Bangu, apesar de multada
várias vezes, continua mantendo um número insuficiente de coletivos e
desrespeitando o itinerário original. Ficou acordado que seria feita uma visita
técnica para apurar as denúncias e demandas. Até hoje nada foi feito e o quadro
continua o mesmo.
No dia 25 de março sofri
uma queda quando tentava embarcar num ônibus da linha 389, no Centro. Como
saldo, consegui uma fratura no punho direito tendo que me afastar das minhas
atividades laborativas. Ontem (24/04), tive que me dirigir ao cartório
eleitoral da minha zona para justificar o fato não ter votado no último pleito.
O cartório é no bairro de Deodoro e para ir e voltar de transporte público
dependo das famigeradas linhas 784 e 731. Demorei duas horas e meia para efetuar
o trajeto, mesmo não tendo fila para o atendimento no cartório e eu morando em
Realengo[i].
Depois de muito esperar pelos ônibus, resolvi pegar outra linha tendo que andar
quase um quilômetro para ir e voltar.
Por que somos tratados
desta maneira pelas empresas rodoviárias que atuam na zona oeste e a prefeitura nada faz?
Por que mesmo organizados e reivindicando não conseguimos alterar este estado
de descaso? Porque tenho que pagar impostos e cumprir as leis e os empresários
do ramo rodoviário não? O que sei é que, hoje é mais fácil movimentar meu braço
imobilizado do que circular de ônibus na zona oeste.
Foto Alexandre Rosa
[i]
http://maps.google.com.br/maps/ms?authuser=0&vps=5&hl=pt-PT&ie=UTF8&oe=UTF8&msa=0&msid=200462524380381953344.0004db339131e5f6d3d80