PAC
2 Batan – A Missão
Em 14 de dezembro de
2010, o governador do estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, anunciou um
investimento de R$ 80.000.000,00 do PAC 2 no Batan. Esta verba seria destinada
para obras nas áreas de habitação, esgoto sanitário, pavimentação, além de um
ginásio poliesportivo. As obras seriam no ano seguinte (2011). Passaram-se dois
anos e não tínhamos nenhuma informação sobre por onde andava o projeto, e menos
ainda, se a verba já foi ou seria liberada. E se liberada, se seria realmente
investida no Batan.
Esta questão foi
abordada em algumas reuniões comunitárias, que eram promovidas mensalmente na
sede da Unidade de Polícia Pacificadora. Hoje as reuniões são alternadas entre
o Batan e o Fumacê. Nestas reuniões comparecem algumas autoridades ou
representantes da esfera municipal e estadual. Que nunca apresentaram uma
resposta satisfatória quando indagados sobre este tema.
Em minhas pesquisas
descobri que no dia 24/10/11, foi homologada a licitação TP Nº 079/2011, que
fixou o custo de R$ 737.431,00. Esta seria para melhorias urbanas e habitacionais
(PAC 2) na COMUNIDADE JARDIM BATAN, localizada na Praça José Mauro de
Vasconcelos – Realengo. A empresa vencedora da licitação foi a construtora Lopes
Santos & Ferreira Gomes Arquitetos Ltda.
Esta obra não foi
iniciada, e representa menos de 10% do que o governo do estado prometeu
investir, no território pacificado, que agora foi ampliado. Até hoje esta obra
não aconteceu. Por que será? Onde foram parar os R$ 737.431,00 destinados à
benfeitoria? Infelizmente não temos respostas, no máximo especulações. na verdade, não existe sequer uma placa que identifique o local da foto como a tal praça.
Acredito que quando fez
esta promessa, sem correr riscos de parecer leviano, o governador deveria ter
garantias oficiais, da aprovação do projeto pelo governo federal. Penso que o
projeto tem que ser apresentado à comunidade, para que os moradores possam,
coletivamente, avaliar se este atende às suas necessidades. Este anúncio foi feito na inauguração da
única creche pública da comunidade que atende a 200 crianças de 4 meses a 4
anos. Infelizmente, o Espaço de Educação Infantil Batan não tem como atender
todas as crianças, que estão nesta faixa etária e que têm a mãe “trabalhando
fora”, e até agora o PAC no Batan não passa de uma expectativa. Esta é uma das
diferenças do Batan em relação a outras comunidades pacificadas. Na mesma fonte
onde encontrei informações públicas sobre esta licitação, estava repleta de
obras aprovadas em comunidades que na época sequer eram pacificadas. Não
bastassem as diferenças sociais entre a “favela” e o “asfalto”, identificamos
uma hierarquização, nos serviços oferecidos pelas diferentes esferas governamentais,
entre as comunidades pacificadas. A prefeitura, por exemplo, publicisa em um
site, projetos que nunca foram implantados na região, propaganda enganosa.
A zona oeste continua
sendo um curral eleitoral, que produz muitos votos e recebe pouco investimento
em projetos sociais e obras de infraestrutura. Até quando assistiremos a tudo
isso de braços cruzados e em silêncio? Precisamos dar um basta e fazer valer
nossos direitos. Que, aliás, pelo que me consta, não está restrito
constitucionalmente, ao direito de votar.